quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A Saúde na UTI em Ijui

Impossível não falar sobre a saúde em Ijui. Aliás a saúde em Ijui está na UTI. Está claro, e de pouco adianta um jogar a culpa no outro e outro jogar a culpa no Um. Até porque é o que se vê quando das discussões que envolvem os atendimentos prestados tanto na rede pública quando no pronto socorro do hospital de caridade. As denúncias que surgiram de ontem para hoje, sugerem uma espécie de PIT STOP para reflexão. Porque médicos estão se negando a atender pelo SUS no pronto socorro do HCI, e deixam pacientes com menos poder aquisitivo esperando por horas. Porque em postos de saúde do município o atendimento é tão pífio e as pessoas são tão mal tratadas por certos profissionais. Porque há tanta demora para se conseguir uma consulta ou um exame pelo sistema único de saúde ou até mesmo pelo CISA. Porque sempre o argumento é a falta de dinheiro para cobrir as despesas das instituições. Nós temos em Ijui um dos maiores centros de saúde pública do estado, no entanto o acesso para algumas especialidades está cada vez mais difícil. Na rede pública, postos de saúde estão a mais de 40 dias sem atender e o motivo é a simples ventilação precária do local. Pobre secretário da saúde e administrador do HCI. É um abacaxi tamanho gigante para ser descascado, e de novo quem sofre as conseqüências é a população menos favorecida. Profissionais exigem valores pagos adiantados, e não são valores baixos para que casos urgentes sejam atendidos. Foi o que ocorreu com uma jovem gravida de quatro semanas e que tinha o filho morto em seu ventre, que por não ter plano de saúde teve que esperar mais de 24 horas para receber atendimento. E como esquecer do caso do homem que teve uma amigdalite diagnosticada e horas mais tarde morreu de infarto em casa. São só exemplos do caos que vive a saúde em Ijuí. A sugestão do vereador Busnello é bem vinda sim. Não sei se por CPI ou por comissão especial, mas algo precisa ser feito para resolver os problemas que vem sendo detectados. Médicos são pagos, e bem pagos para lidar com vidas humanas. Não somos animais, e mesmo que fossemos mereceriamos igualmente respeito. É preciso que os gestores municipais sentem e discutam o problema de forma urgente. De nada adiante sermos polo regional em saúde, se o atendimento no setor público pelo SUS for pífio. O enfermo não tem culpa do descaso do estado com a saúde pública e muito menos tem a ver com disputas salariais de classes médicas. A atendimento a saúde é um direito constitucional que os fatos registrados em Ijui confirmam que não está sendo respeitado.
A. Brito

2 comentários:

  1. Brito
    A questão da ventilação precária em um posto de saúde não é tão simples assim. Voce sabia que os postos de saúde do município não tem alvará sanitário para funcionar? Todos os estabelecimentos da cidade pagam taxas e mais taxas para obter seus alvarás e se adequar a legislação. Enquanto isto a própria prefeitura não cumpre as leis e abre seus estabelecimentos sem obedecer a legislação vigente. Isto também ocorre com os alvarás dos Bombeiros. Eles fizeram vistorias nas unidades em abril deste ano e a prefeitura pediu 60 dias de prazo para se adequar a legislação de prevenção de incendios. Pouca coisa foi feita e os bombeiros não voltaram mais lá. Alguns extintores foram colocados mas luzes de emergência, por exemplo, não existem. Se trabalhar sem condições sanitárias é ruim, imagina em épocas de epidemias!!

    ResponderExcluir
  2. Nesta briga entre Busnello e Pezetta tem razão o secretário quando diz que média e alta complexidade são de obrigação do estado e o município se obriga a gastar para cumprir o que o estado não cumpre. O que ele esquece é que é obrigação do gestor municipal exigir do estado o cumprimento de suas obrigações. E neste sentido vemos uma total apatia do secretário de saúde que se dedica a autorizar exames para seus amigos e assim garantir seus votos. Ou será que ele conseguiu seus votos pelos seus trabalhos comunitários ou simpatia?

    ResponderExcluir